segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

BOM NATAL E BOM ANO


FORMIDÁVEL RICHIE MCCAW



O formidável Richie McCaw decidiu pendurar as botas e deixar os campos das suas inúmeras batalhas. Capitão dos recentes campeões do mundo, homem-chave de diversas vitórias, sabendo comandar os companheiros, para além do exemplo de combatente por cada bola ou centímetro de terreno, com as palavras devidas em cada momento e com ainda a qualidade de pedir a outros companheiros de equipa tacticamente mais conhecedores de determinadas áreas que, sempre que o entendeu como necessário, o fizessem por ele. Um exemplo a copiar.
Uma das suas maiores qualidades era a capacidade de leitura e consequente antecipação que lhe permitia estar em acção permanente: em ataque, correndo pela frente dos seus atacantes e percebendo, em cada momento, o local adequado para se mostrar disponível - pelo apoio - e garantir a continuidade do movimento; em defesa, lia como nenhum outro os possíveis pontos de ruptura e conseguia liderar a defesa mostrando a eficácia dos princípios que a regem, impedir o adversário de avançar e retirar-lhe a posse da bola. Antecipação e coragem para colocar o corpo onde os outros pensam duas vezes fazem de Richie McCaw como o treinador - também campeão do mundo - Steve Hansen afirma: o maior All Black de sempre.
Cento e quarenta e oito internacionalizações, Capitão em 110 jogos com 97 vitórias nos catorze anos de carreira internacional, vencedor de dois campeonatos do mundo, três vezes considerado como melhor jogador do mundo pela International Board/World Rugby, para além de 7 conquistas do Rugby Championship fazem de McCaw um caso à parte no rugby mundial. Mostrando-se claro defensor de um nós superior a qualquer eu, deixou-o bem claro na forma como respondeu aos jornalistas após a final do Mundial 2015. "Ninguém é superior à equipa. O papel de cada um é apenas o de engrandecer o legado. Nada tem a ver com ser herói. Trata-se de servir a equipa."
Muito respeitado por companheiros e adversários, considerado como uma referência, McCaw não podia deixar de ter os maldizentes habituais. Por ignorância, inveja ou apenas fanatismo que povoam muitos dos mind games que procuram desestabilizar jogadores e equipas, há quem considere que McCaw é um jogador faltoso e protegido pelos árbitros. Uma fraude, portanto.
Como se fosse possível um jogador atingir o seu nível com os prémios que obteve ou ser capitão durante anos da melhor equipa do mundo e não passar de uma fraude... A estupidez não tem limites!
McCaw jogava no limite da falta? Jogava. Como aliás é de direito de qualquer jogador: jogar no limite.
Mas o que faz dele um jogador fora-de-série é a sua capacidade de leitura e decisão: durante a aproximação ao ponto de quebra, o asa neozelandês, qual comando, analisava ameaças e decidia-se pela acção que melhor se adaptava à situação: existe ruck? se não, onde está a bola? a que distância estão os adversários? que ameaça representam? e o apoio, longe ou próximo? e a (des)organização adversária? É uma oportunidade directa ou precisa de recomeço? E a sua actuação representava eficazmente a conclusão tirada. Um modelo de método baseado numa intuição sustentada numa sempre crescente experiência de jogos atrás de jogos que constituiam a sua "aprendizagem implícita" que embora partindo de um nível superior ao habitual - um seu companheiro das equipas jovens garante que ele "já então corria para onde a bola iria estar e não para onde ela estava" - permitia a procura do caminho mais curto, uma maior rapidez de análise e de decisão e assim ganhar a fracção de segundo que garantia a recuperação da bola nos instantes anteriores à passagem do breakdown a ruck num conjunto de conhecimento táctico que fez de McCaw, para além das qualidades técnicas e tácticas que possuía - podemos recordar passes notáveis ou placagens demolidoras - uma enorme mais valia para as equipas onde jogava.
Não voltar a vê-lo jogar excepto em vídeo é uma perda. Mas tê-lo visto ao vivo foi um previlégio. De McCaw ficará o exemplo e a possibilidade de servir de modelo para todos os jovens que queiram tornar-se num camisola 7.

domingo, 13 de dezembro de 2015

MEMÓRIAS DO MUNDIAL 2015




Pai e filho no Mundial de Rugby 2015 em Twickenham, Londres, antes do África do Sul-Nova Zelândia que terminou com a vitória dos All-Blacks por 20-18.

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